A Explosão da Vida
Ciência

A Explosão da Vida

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A maioria dos cientistas hoje aceita que a vida na Terra tenha aparecido há cerca de 3,8 bilhões de anos, bem depois da formação de nosso planeta, há cerca de 4,8 bilhões de anos. Sua origem é ainda cercada de mistérios, mas a possibilidade de ter surgido através da combinação aleatória de substâncias químicas disponíveis na origem do planeta, e a posterior formação de compostos orgânicos até a criação das primeiras proteínas é muito bem aceita por cientistas no mundo inteiro.

De qualquer forma, os seres vivos iniciais se mantiveram como micróbios unicelulares por milhões de anos, até que, há cerca de 3 bilhões de anos, apareceram as primeiras formas de vida capazes de fazer uso da luz solar e por em prática a fotossíntese, o processo vital que retira o gás carbônico do ar, usa o carbono para criar suas estruturas biológicas e libera no ar o precioso oxigênio, o gás da vida.

O surgimento das primeiras criaturas multicelulares

Com o acúmulo de oxigênio no ar, seres maiores apareceram, e há 1,5 bilhão de anos surgiram as primeiras criaturas multicelulares simples, o que permitiu o florescimento dos seres complexos, há cerca de 550 milhões de anos. Neste ínterim, alguns seres começaram a se multiplicar por reprodução sexuada, em que há material de dois seres formando um só, o que possibilitou uma colossal variedade genética entre as criaturas, e a possibilidade de diluição dos caracteres dos pais, ou o seu reforço, nas gerações seguintes.

Com o crescente aumento do teor de oxigênio no ar, causado pelas bactérias capazes de fotossíntese, e que chegou ao atual teor de 21% há cerca de 635 milhões de anos, surgiram os seres multicelulares complexos, que foi logo seguido pelo “Big-Bang” biológico ocorrido há 500 milhões de anos. Este acontecimento, ocorrido no período geológico conhecido como Cambriano, foi uma suntuosa festa de vida no planeta, e possibilitou o aparecimento de inúmeras espécies animais, como mamíferos, esponjas, peixes, vermes, crustáceos e tantos outros. O turbilhão de vida continuou adiante, com o surgimento das plantas, há 350 milhões de anos, e com o aparecimento dos dinossauros há 250 milhões de anos, e sua extinção há 75 milhões, o que possibilitou que os mamíferos, antes acossados por aqueles enormes predadores, tomassem conta da Terra.

Até hoje nós, humanos, carregamos em nós evidências evolutivas que comprovam o processo que propiciou a festa da vida no planeta. A reprodução sexual das esponjas, que ocorre pelo encontro de suas células reprodutivas chamadas gametas, e que causa a criação de um ser com características dos pais, é a mesma usada por nós para a reprodução. Os cílios, pêlos minúsculos que envolvem seres celulares como o Paramecium, são os mesmos que nós humanos temos em nossos pulmões, e que servem para expelir catarro e sujeira trazida pelo ar respirado. O processo de engolir outros seres monocelulares para alimentação, usado pelas amebas, é o mesmo exercido pelas células brancas do sangue humano para engolir bactérias invasoras.

O desenvolvimento da ciência para classificação dos seres vivos

Desde a antiguidade, os homens se veem encantados com a exuberância da vida em torno deles. Aristóteles, na Grécia antiga, a 300 AC, onde começou o desenvolvimento da ciência através da observação e experimentação, dividia os seres vivos em criaturas com e sem sangue. Carl Linnaeus, cientista sueco, fez o primeiro grande tratado destinado a classificar os seres vivos baseado em suas semelhanças, e lançou o conceito de espécie, hoje definida como o que assemelha seres com as mesmas características cromossômicas, anatomia semelhante, e desenvolvimento embrionário similar. O número de espécies conhecidas hoje é de cerca de 9 milhões, com 6,5 terrestres e 2,5 milhões marinhas.

Todos os anos cerca de 20.000 novas espécies são catalogadas, o que demonstra que a riqueza da vida no planeta tem mais espécies do que se julgava possível, e que elas podem ocupar quaisquer nicho do planeta, por mais frio ou quente que seja. Coroando todo o processo evolutivo que enriqueceu e embelezou o planeta com as mais curiosas e belas formas de vida, e dono único do dom da razão humana, cabe a nós, homens, preservar este mistério chamado vida.

O universo conhecido hoje conta constelações aos bilhões, cada uma delas com bilhões de estrelas, as quais podem, cada uma delas, abrigar sistemas planetários similares aos nossos. A lição que fica é que, com toda a vastidão existente, e com toda a beleza criada pela vida, sejamos nós homens, também vastos em nossas concepções, exuberantes na tolerância com as diferenças e incansáveis em nossa procura pela beleza e por um mundo melhor.

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